A Arte do Sincretismo


“É como se eu unisse Nietzsche e Evola, ao passo que me liberto de toda moralidade para viver moralmente.”

— Trecho de uma das anotações do personagem Roberto, presente em meu livro “Atlas”; o Vol. 4 de meu “Universo Alquímico”.


   Recentemente, ao fazer uma reflexão sobre minhas influências, percebi o quão confuso tudo pode parecer às pessoas que foram acostumadas a adotar dicotomias, presas, por definição, no que podem ou não dizer, concordar e discordar, segundo uma doutrina ultrapassada que sigam e obedeçam de olhos fechados.

   Quando faço elogios ou cito Che Guevara, mas faço o mesmo com Mussolini — que já eram personagens sincréticos —, automaticamente sou repudiado por estar fazendo algo “contraditório”; como se eu já não soubesse das divergências. O que há de especial aí, em juntar Plínio Salgado com Carlos Prestes, ou Brizola com Enéas, é exatamente conciliar essas divergências e formar algo novo; ou melhor, algo completo.

  Existe um texto publicado no site da Nova Resistência, escrito por Collin Cleary, chamado de “A Ética Nietzscheana de Evola: Um Código de Conduta para o Homem Superior na Yuga”, que eu usei como referência em um trecho de um livro que ainda estou escrevendo (presente neste texto como epígrafe), que serve muito bem como elogio ao homem sincrético. Unir Evola com Nietzsche é complementar os pensamentos e solucionar problemas que sozinhos eles não poderiam.

   Quando pensamos em Brasil, temos aí o país mais essencialmente sincrético do Mundo, não só em cultura como num modo geral. Em essência, como Gilberto Freyre bem esclareceu em “Uma Cultura Ameaçada”, o brasileiro é um tipo de homem metarracial; um além-raça, e isso é comprovado não só biologicamente, pois somos todos mestiços, mas também historicamente, já que até nosso movimento de terceira posição — o muito sincrético Integralismo —, adotava a miscigenação como foco central da alma brasileira.

   É claro que há perigos no sincretismo, mas creio que dependa muito da cosmovisão da pessoa. Nos próprios globalistas existe algo de sincrético; nos próprios imperialistas há uma certa conciliação de pensamentos. A diferença, creio eu, é que eles usam esse sincretismo de forma disfarçada, mantendo as pessoas presas em dicotomias como esquerda vs direita, enquanto se unem nos bastidores; fora dos holofotes.

   Enquanto nós, soberanistas, nacionalistas, revolucionários e dissidentes, esperamos a chegada do mundo multipolar espalhando o sincretismo que fazemos para que as pessoas se libertem da escravidão do globalismo, do sionismo e do imperialismo, esses nossos inimigos buscam manter o caos das intrigas costumeiras, enfraquecendo nações e impossibilitando que países sejam soberanos. O sincretismo proposto pelo Ocidente, dividido entre direita e esquerda liberal (representados aqui no Brasil por entreguistas como Bolsonaro e Lula, por exemplo), é disfarçado por sua falsa disputa,  vivenciada verdadeiramente apenas pelo povo que se degladia entre si; já o nosso, é libertador e verdadeiro.

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